Sempre gostei de desenhar. Quem me conhece sabe bem disso. Nem me lembro de quantas canetinhas já consegui gastar, nem quantos lápis de cor já ficaram tão pequenos a ponto de nem poderem mais ser apontados. Cada cor correspondia a um lugar específico a ser colorido: de rosa, o vestido da menina; de verde, a grama e a copa das árvores; de amarelo, os pássaros, o sol e os cabelos das moças; de azul, as nuvens - porque eu sempre tinha preguiça de pintar o céu inteiro.
Agora, depois de um bom tempo, as cores continuam as mesmas, as maneiras de colorir também. Então, o que mudou?
O lugar que é colorido.
Hoje, cada cor me lembra uma coisa diferente. O preto, me lembra a noite; o azul e o amarelo, a cor dos olhos e dos cabelos de um alguém muito especial; vermelho, uma provável cicatriz. Todas elas são parte da aquarela da minha realidade. E também, são muito importantes para preencher todos os espaços em branco, todas as lacunas vazias. Mas para que isso aconteça, só preciso de alguém disposto a arregaçar as mangas e começar.

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