sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sentia uma espécie de carinho descompromissado por ele - aquele carinho que aparece para confundir a cabeça quando tudo parece estar nos eixos -, misturado à um sentimento ainda sem nome que trazia calafrios estranhos e bons ao meu coração. Passei a encontrá-lo em meus sonhos. A princípio, não passava de um coadjuvante em uma sala repleta daquelas pessoas que passam por mim na rua mas jamais presto atenção. Depois, tornou-se figura essencial na narrativa que acontecia todas as noites no silêncio do meu quarto. O cenário era variado, parques, praças - até mesmo uma casa desconhecida criada pela minha mente fértil, mas que torcia para ser um presságio sobre nosso futuro. E assim seguíamos todas as noites em encontros tão secretos que apenas eu sabia do ocorrido. Eu e meu coração.
A sensação desconhecida crescia à cada sonho que tinha - seja dormindo ou acordada. Passei a encontrá-lo também nas canções. Sentia sua presença em cada melodia e palavra que entrava por meus ouvidos. Logo, canções se tornaram desnecessárias, seu rosto me acompanhava em cada pulsar de meu coração. Junto com o tempo, veio a grande revelação. O que sentia, afinal, era o tal do amor. Aquele que rasga, desgasta e regenera cada segundo de minha vida. Mas aquele amor não era comum - apesar de ser muito comum. Era o amor não correspondido. Ou melhor, era um amor que não sabia se era correspondido. A covardia me impedia de tirar essa dúvida que vaga insistentemente em minha cabeça. Escrevia sobre ele enquanto tentava decifrá-lo e entender como era possível uma palavra vinda de outra pessoa modificar completamente todas as certezas que a vida me dera. A verdade é que amar sozinha dói menos. Não existem planos frustrados, pois não foram feitas promessas. Não existem lágrimas, pois não nasceram sorrisos. Meu coração está intacto, pois você desconhece esse amor. E assim seguimos nessa trajetória eterna. Você inocente, e eu inteira.
(BoaNoiteCinderela)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011






Nunca desista de alguém que você não consegue passar um dia sem pensar.

por mycuteway

*nunca uma frase me pareceu tão certa.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

And she keep dreaming

Ela acorda com o som do violão que é a música do despertador, mas seus olhos já estão bem abertos. Coloca na função "soneca" incontáveis vezes, mas não consegue mais dormir. Finalmente olha para o relógio do celular: 10 horas. Resolve ficar na cama mais um pouco. Encara o teto ou vira de lado e encara a parede. Nada adianta. Então, ela finalmente levanta. Dirige-se ao banheiro. Olha-se no espelho e encara a si mesma. Uma sensação estranha toma conta dela: ele estava vindo. Inconscientemente, ela sorri.
Ela lava o rosto com água gelada e escova os dentes e os cabelos. Passa o delineador nos seus olhos azuis e tenta disfarçar as olheiras com corretivo. Vai, então, até seu quarto. Coloca uma de suas melhores blusas, sua calça jeans de sempre e seu inseparável All Star surrado.
Ela deveria esperá-lo no portão de sua casa, e ela o fez. Então, como sempre acontece, o pessimismo toma conta de sua mente:


"Ele não vem" ela diz. 
"Calma, ele vai vir." pensa, esperançosa.
 "Mas e se ele não vier?" pergunta a si mesma.


 Inquieta, com os pés batendo no chão o tempo inteiro, ela espera, impaciente. Quando finalmente avista o tão esperado carro prata, seu coração dispara. Já estacionado, apenas duas portas são abertas. "Ele deve estar guardando alguma coisa", pensa ela. Mas não estava. Ele não veio. Seus pais disseram que saiu com amigos, e que portanto, não pode comparecer. O sorriso em seu rosto desaparece quase que instantaneamente, mas ela rapidamente o refaz, apesar de por dentro ela estar gritando.


Apesar disso, ela continuou sorrindo, e disse para si mesma: "Foi só dessa vez. Na próxima ele vem." E continua sonhando com o dia em que irá rever aquele sorriso fácil e aqueles olhos tão azuis quanto o céu. O dia em que seu coração finalmente se alegrará novamente.